segunda-feira, 27 de abril de 2015

Filho pródigo



         Como na dor da morte, foi teu até logo rasgado...
         Como uma tarde com neblina, era teu olhar partindo de nosso seio;
               Um adeus tão sangrado, para um amado tão sagrado.

    Doeu-te partir, jurastes voltar... Como uma valsa de pesadelos, como um coma mais que profundo,
     Foi assim que deixara teu presente, incerto como o ruma d´água que cai da chuva...

               Pudera numa proposta maldita de teus atos padecer na escolha de ir para longe,
                        Num modo peculiar de ver o mundo, nos sujeitar a dor de sentir sua falta e te amar                  profundamente...
Exasperastes nossos corações por tua volta, oh filho do íntimo de quem a fez!
Mas agora ouçam as trombetas e os sinos, parece haver festa nos céus!
               Voltastes! Voltastes! 

E nem a dor da morte nos domina mais, pois de fato como uma ressurreição tu saístes dentre os mortos!
 Sim, cantemos ao Deus Jeová, choremos e nos abracemos por tamanha alegria;
Como os mares e estrelas incalculáveis nos unimos, como grãos de areia são os que desejam sua felicidade implacável...
 Faça de seu suor o sangue abrasado que o sustenta, doe-se sem adormecer na impura inclinação de nossos ossos...
   Para tanto, estilhaço minhas moléculas do corpo para dizer  em meio aos meus sentimentos puros:         SEJA BEM VINDO!

sexta-feira, 17 de abril de 2015

O primeiro Ato



Lá vem a noiva !


Parecia um sonho...
Meus olhos continuavam abertos, mas eu sonhava, 
Meu buquê nas mãos, unidas pelos galhos verdes, envolvido pelo cetim branco,
E meu sorriso rasgado, cálido, trêmulo e apaixonado;
E  dentro d'alma, eu sonhava...
Com passos curtos, um vestido tão branco como uma ovelha tratada,
segui, guiada pelo amor paterno aos braços do amor tríplice cordão,
Cada olhar teu, era como se me beijasse ao publico,
Cada sorriso teu, era como se dissesse que o sol brilharia mesmo nos temporais,
Estreito o caminho, curto para te alcançar, mas parecia que eu andara anos para em fim deixar nossas almas se tocarem...
Tu estavas tão lindo querido noivo,
Teus olhos tão puros quanto a virgem que recebera.

Parecia... Mas não era um sonho...
Calem-se os pensamento vãos,
Ouçais e olhais;
Lá vem a noiva !
O som que toca para sua entrada, revela tua graça e anuncia tua decisão!
Parai e vedes, o noivo com olhos molhados e a garganta seca,
seus pulsos serrados na ansiedade de partir...
Partir para o próximo ato, 
O segundo ato...
Sucedera então a linha tênue entre o desejo e o amor,
Observai, Observai, os noivos,
Ele tão airoso quanto um cisne negro e ela tão deslumbrante quanto uma cisne  de cor branca,
Ambos evidenciando pelo olhar a ventura de ter um ao outro,
Permitindo-se com os toques suaves, desenhar em seus íntimos um desejo nada oblíquo,
profundo e digno a ambos os corpos...

Não houve fim após o sonho, não houve pausa...
Apenas um tríplice, um enlace tão forte quanto a morte!


http://sempenisneminveja.blogs.sapo.pt/1131724.html